quarta-feira, 31 de julho de 2013

A tal química

Por Cilene Freitas
Te vi impávido 
robusto 
rijo com tuas palavras
a multidão acalorada
não te conhecia...
Ímpeto palpitar do coração
piro-ETAs
chama ardente.
“todos os homens são irmãos”
na minha Re- Evolução
só teoria.
Disse o bardo mais afamado – isso aqui e só treinamento,
passivo aqui não serve
tem que se fazer escutar.
esse grito (meu), só protótipo de revolucionário.
Praticar
A “Práxis”
nada! Chalaça!
No fervor que se seguia. Calmaria.
"No céu de estrelas
sob olhar do luar
te conhecia"
foste química
me via matemática
oh! tão exata
me fiz bardo, tua aprendiz
te observara de longe
tímida esperança
de tê-lo
maldita química!
Hidrólise!
Matemática
tão exata!
Gélido.
Pronto.
Desisto.
Odeio química!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

SONETO PRA TI XINGU

Por Allan Moura
XINGU É MINHA MÃE E MINHA TIA
É MEU IRMÃO E MEU SOBRINHO
É MEU AMIGO E O MEU VIZINHO
XINGU É PURA SIMPATIA

XINGU POR TI EU ME ORGULHO
XINGU EM TI EU MERGULHO
A FORÇA NAS TUAS CORRENTEZAS
É O MENINO VADIO DA NATUREZA

XINGU É CRIANÇA DESCALÇA COM OS PÉS NA TERRA
XINGU É MOÇA ASSANHADA QUE DA VOLTAS
A MULHER CIUMENTA DURA NA QUEDA

XINGU É ALTO BRAVO, É MÉDIO DURO, É UM BAIXO AMÁVEL
XINGU DO MEU PASSADO, O MEU PRESENTE, DE UM FUTURO TRÁGICO
XINGU É CARA HONRADO, UM HOMEM DURO, MAS DE PEITO FRÁGIL.

sábado, 27 de julho de 2013

Amigos

Nas dificuldades conhecemos nossos amigos,
Que trocam sorrisos por lagrimas, 
Que em meio
A não poder fazer nada, 
Fazem muito,
Simplesmente por estarem ao nosso lado.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Véus

Por Cilene Freitas
Toda pele
Vestimenta
Todo rosto
Máscara.
E quando se aprende a Mentir:
Mente-se.
Sepultara-se a criança
A violência da maioridade
Se esquece do que se foi
Um dia
Vivendo em função, de outro,
Perde-se em meio a luta,
Sem lutar! De olhos fechados, encoberto por véus ilusórios
Acordar e difícil, mais um cochilo
Cinco minutos.
Efervescente.
Dá Cabeça a Coração.
E no fim: o que se faz por amor?

terça-feira, 23 de julho de 2013

Dia de Morte

Por Diih Cage
Morri quando não esqueci daquela bendita expressão.
Morri e caí em pé!
Morri sem esquecer, morri e nem deixei uma carta de suicídio que é tão clichê. Morri vivendo...
Morri quando o meu sussurro de vida já não respondia meu chamado.
então morri! esperando um dia voltar a viver.

Memorável Existência

Por Diih Cage
Prazo de validade. Mas ele que já tinha seu fim previsto
muito foi falado, e pouco acreditado. Então o receio de identidade perdida passou a consumir. 
O receio de lembranças esquecidas
sua morte sentenciada, sem julgamento fora condenado! Condenado pelo sorriso da "mãe gentil", que ri feito hiena! Eis que o sorriso do filho prodigo desapareceu, mas sua mensagem permanece! Vivo ele estará, em minhas lembranças ninguém irá o condenar!

Fim de tarde

Por Moisés Costa Ribeiro
Olho o sol que finda o dia
E a noite que me abraça sonolenta
Olho a água do rio que corre sem liberdade
Represada pela sanha do capital...
O horizonte já é obscuro
A consciência emudece sob a lentidão da noite
E os passos são interrompidos diante do muro que atravessa o caminho
E aprisiona os sonhos e a liberdade
Daqueles que não entendem o porquê
Da violência do capital e do império que aprisiona o rio e a mata
Esteriliza vidas
Rouba a memória de tempos passados
De outro tempo
Onde o rio e a mata eram livres
Onde a ganância ainda não havia assentado seu trono de arrogância
E homens e mulheres
Olhavam o fim de tarde
Numa comunhão de saberes
Onde a liberdade estendia seu manto
Num abraço de sonhos e utopia.

sábado, 20 de julho de 2013

CINCO SEGUNDOS

Por Allan Moura
ERA SEIS E MEIA DE UMA MARAVILHOSA TARDE
HAVIA POUCAS PESSOAS
TUDO PARECIA CALMO, CALMO DEMAIS
SENTI UMA TRANQUILIDADE TÃO ESTRANHA
ENTÃO VIREI-ME, FOI QUANDO A VI
EU DEI DE CARA COM A COISA MAIS BELA
QUE ATÉ HOJE MEUS OLHA JÁ VIRAM
FIQUEI ADMIRADO COM SUA BELEZA
MAS ALGUMA COISA NELA OU ELA PRÓPRIA
ERA-ME FAMILIAR
NUNCA A VI, MAS A CONHECIA
SEUS CABELOS NEGROS PARECIAM SEDAS
SEUS OLHOS VERDES PARECIAM PEDRAS
SEU CORPO PARECIA TER SIDO ESCULPIDO POR DEUSES
QUE EM UM MOMENTO DE INSPIRAÇÃO SUBLIME
FIZERAM A MAIS BELA IMAGEM DO MUNDO
POR CINCO SEGUNDOS O MUNDO CALOU-SE
EM UM SILÊNCIO ESPANTOSO
ATÉ SER INTERROMPIDO POR UM ASSOMBROSO SOM VINDO DO ALTO
UM RAIO INCRIVELMENTE FORTE CRUZOU O CÉU
E TIROU-ME A ATENÇÃO
QUANDO VIREI-ME, PARA MEU DESCONSOLO
ELA HAVIA DESAPARECIDO NO MEIO DA MULTIDÃO
AS PESSOAS QUE PARECIAM POUCAS
MULTIPLICARAM-SE
O QUE PARECIA CALMO
TORNOU-SE DESESPERADOR
E O CREPÚSCULO QUE PARECIA LINDO
TRANSFORMOU-SE EM UMA NOITE FRIA E SOMBRIA
E UMA TEMPESTADE ENTÃO SE FORMOU
EM CINCO SEGUNDO CONHECI E PERDI O MEU AMOR
SE EU CONHECI A FELICIDADE EU NÃO SEI
MAS POR CINCO SEGUNDOS EU FUI FELIZ!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Na Quebrada Escorre Versos


Sarau de Poesias Marginais: Na Quebrada Escorre Versos

Por Coletivo de Poesias Marginais do Xingu
Depois do 1º Encontro de Poetas e Poetisas Marginais de Altamira, ocorrido no dia 05 de Julho- que apresentou o COLETIVO DE POETAS MARGINAIS DO XINGU- agora teremos o Sarau de poesias marginais com o tema: NA QUEBRADA ESCORRE VERSOS!
O Sarau acontecerá no Bairro Boa Esperança, rua 8, uma área considerada periférica na cidade de Altamira. Nós do Coletivo de Poesias Marginais, vemos esse bairro como mais um entre tantos abandonados por todos os poderes do nosso estado.
Por isso pensamos que devemos levar as poesias, a arte de contestação social para lá.
Assim apresentamos nossas poesias, conhecemos as poesias dos moradores daquele bairro, e aprendemos e avançamos na aprendizagem de nossa realidade.
Toda a população está convidada a participar deste Sarau. Você que escreve, ou que gosta de poesias, que toca violão ou qualquer outro instrumento musical, que canta, junte-se a nós também.
O evento será dia 09/08 (numa sexta-feira) às 19h 30min.
Contamos com todos!!

Viva a poesia!!!

A tal felicidade

Por Diih Cage
Um olhar alegre que mascara o vazio inquietante,
o beija flor voa dentre um campo de rosas 
temendo a desventura que será se um espinho o tocar!
Mas ele voa rápido, não pode parar!
talvez busque a felicidade
que todo mundo pensa em encontrar.

sábado, 13 de julho de 2013

Traga-me o Punhal

O peito fundido de dor
Sufocado de amor
Contaminado com
Leves pitadas de rancor.
Veneno sem antídoto
Ferimentos sem anti-dor
Cicatrizes como lembranças do que passou.
Cila,
Traga-me o punhal
Quem sabe um sangramento definitivo

Nesse peito vagabundo finda todo meu mal.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Porque estamos nas ruas?

Moisés Costa Ribeiro
Por Moisés Costa Ribeiro
Porque estamos nas ruas?
Por liberdade!
Por sonhos!
Pela vida!

Porque estamos nas ruas?
Pra calar o capital
Pra silenciar a burguesia
E amedrontar nossos inimigos.
Porque estamos nas ruas?
Porque somos centenas, milhares, milhões.
Porque somos jovens,
Homens, mulheres e crianças.
Sonhadores e lutadores
No grande mosaico da vida.
Porque estamos nas ruas?
Porque o que é justo vence
Porque o medo já não nos pertence
Porque os sonhos, adormecidos por tempos obscuros,
Afloram-se em gritos, palavras e canções
De companheirismo, amizade e lealdade.
Porque estamos nas ruas?
Porque os tempos mudaram
Porque não queremos mais palácios
Nem representações vazias
Porque essa forma de fazer política ficou pequena, mesquinha, mercantil.
Porque também somos àqueles que constroem a riqueza desta grande nação
E não queremos mais apenas circo
Queremos o pão do nosso suor e dos nossos sonhos.
Porque estamos nas ruas?
Porque queremos libertar nossas consciências
Das amarras da ideologia burguesa, mercantil
Do poder do estado, do capital  e do império.
Porque estamos nas ruas?
Porque somos contra o patriarcalismo
A homofobia e o racismo
Porque não agüentamos mais
A violência da policia e do Estado
Que mata diariamente nossos jovens e crianças
Negros e pobres.

Porque estamos nas ruas?
Porque os senhores engravatados
Que sempre ignoraram o povo
Pagarão por seus erros
Suas consciências capitalistas não terão paz
E sua vã filosofia burguesa
Esvai-se como a poeira no vento.

E de hoje em diante dizemos:
Basta!
Não ficaremos mais quietos e nem silenciados
As ruas serão nossos campos de batalha
Até que a bandeira de todas as liberdades,
 Liberta do jugo do capital e do império,
Seja nossa companheira de caminhada.

Porque os inimigos do povo: a mídia burguesa, o agronegócio, o latifúndio, o imperialismo, a velha política e seus lacaios.
Tremerão de dor e de medo
E nós que somos milhões
Seguimos cantando
Embebidos da mais linda canção de amor:
A liberdade.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Bem Perto

Flavio de Paula
Por Flávio de Paula
Senti sua presença,
Invisível mas real,
Senti seu cheiro,
Distante mas aromático,
Senti que não iria te esquecer
Então resolvi te lembrar continuamente.
Se é impossível tê-la
O tanto quanto não te amar...
Sou vou lembrar,
Só quero sentir você perto de mim,
Bem perto.
Que meus pensamentos sempre possam te buscar,
Para que novamente
Eu sinta,
O doce sabor de te amar.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

1º ENCONTRO DE POETAS MARGINAIS DE ALTAMIRA – UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Por Walcyr Monteiro

Revestiu-se do mais completo êxito o 1º Encontro de Poetas Marginais de Altamira, realizado na noite de 5 último p.p. , em plena Rua 1 , defronte à casa de Moisés Ribeiro. Contando com a participação de poetas já conhecidos como Vitoriano Bill, um dos organizadores, e Marilene Nascimento, a surpresa ficou por conta de várias pessoas que, dizendo ter poemas por muito tempo guardados nas gavetas, tiveram no encontro a oportunidade tão esperada de poder apresentar-se ao público. A adesão de vários setores da sociedade altamirense, reunindo de professores universitários a pessoas simples da periferia, bem demonstra o sucesso que foi o evento. Um de seus pontos altos foi quando a professora Marilene Nascimento, da Academia Altamirense de Letras falou, levando o apoio oficial da entidade que ali estava representando, o mesmo acontecendo quando o italiano Aldo, entusiasmado e com bastante emoção, declarou ainda não haver visto evento cultural semelhante, realizado na rua, e contando ainda com apoio popular. Aldo afirmou de sua surpresa porque, inclusive na Itália, não havia iguais manifestações culturais de rua.
Estive também presente, oferecendo meu apoio pessoal e incentivando a iniciativa, tanto mais digna de ser seguida porque não contou com nenhum apoio governamental. Li alguns poemas de minha autoria, produzidos quando estive preso à época da ditadura militar na década de sessenta.
A organização simples do encontro – que não teve formalidades – permitiu total desembaraço dos presentes. Feita uma apresentação inicial, dizendo de suas finalidades, a palavra ficou em aberto e cada um podia recitar ou simplesmente ler seus poemas, o que encorajou os mais tímidos a fazê-lo. Até mesmo crianças sentiram-se motivadas a lerem seus poemas!
Desta forma, Altamira tornou-se um exemplo a ser seguido pelos demais municípios do Pará e, espero eu, de toda a Amazônia. Possamos todos nós ver as regiões do Araguaia, do Tocantins, do Marajó, do próprio Xingu (onde fica Altamira), do Tapajós e Baixo Amazonas, da Bragantina e Salgado, do Gurupi, enfim, de todo o Pará realizando eventos semelhantes e permitindo que os valores culturais até então ocultos possam ser descobertos e revelados ao público. Nada de esperar por apoios governamentais; é ir para a luta e mostrar o real valor da cultura amazônica. Vamos, pois, seguir o exemplo dado pela juventude de Altamira!

domingo, 7 de julho de 2013

Poesia Marginal é Arte na Rua

Por Coletivo de Poetas Marginais de Altamira

Realizou-se na última sexta-feira (05/07) o 1º Encontro de Poetas Marginais de Altamira. A iniciativa tinha como objetivo reunir pessoas diversas para ouvir, declamar, ler, falar de poesia marginal, popular, do povo e para o povo.
Grande Escritor Paraôrano Walcyr Monteiro
Nossa avaliação é que alcançamos esse objetivo em função do publico que compareceu ao evento – em torno de 50 pessoas. Havia desde professores da rede publica municipal e estadual como professores da universidade federal do Pará; além de alunos, trabalhadores em geral, mães de família, militantes sociais e crianças. Essa primeira atividade também contou com a participação especial do grande poeta e contista paraense Walcyr Monteiro.
Foi um momento de festa, ímpar em Altamira porque se propôs a fazer algo diferente, fora do tradicional e romper os muros dos espaços acadêmicos. Homens,  mulheres  e crianças se sentiram à vontade para ler, declamar e recitar as mais diversas poesias.

A atividade foi realizada em uma rua do bairro Brasília (Aparecida) na periferia de Altamira como forma de levar a poesia marginal/popular até onde o povo se encontra. A única forma de falar com o povo é estar no meio do povo.
 










sexta-feira, 5 de julho de 2013

O 1º Encontro de Poetas Marginais é Hoje!! Não Faltem

Os saraus tiveram que invadir os botecos
pois biblioteca não era lugar de poesias
bibliotecas tinha de ter silêncio
e uma gente que se acha assim muito sabida...(Cálice-Criolo)

É nesse tom que iremos nos encontrar hoje.
Vamos ocupar o espaço que temos, e fazer nosso sarau, nosso 1º Encontro de Poetas e Poetisas Marginais de Altamira...

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Pra que serve a poesia?

Por Moisés Costa Ribeiro

Se não pra me fazer pensar
Poesia pra pensar,
Pra viver,
Pra questionar

Poesia pra ser,
Pra existir,
Pra incomodar

Poesia pra fugir e libertar
Poesia pra cantar a liberdade
Pra dizer a verdade nua e crua
Na rua, nos viadutos,
Nas praças e escolas
Nos vãos de liberdade
Que se libertam em cada esquina

Poesia é pão nunca circo
Poesia é armadilha que incomoda a burguesia
Poesia é gatilho
De Quintino a Lampião

Poesia é prosa
Conversa de bêbado
De homem e mulher   
Da roça e da cidade

Pra tudo isso serve a poesia
Pra existir
Pra viver e amar

Pra ta aqui e acolá.

Ouro

Por Flávio de Paula
A corrida do homem em busca do ouro parece não ter fim.
E nesse caminho ganancioso ele vai deixando rastros que chegam a ser irreversíveis.
Na busca do poder, valores importantes são deixados para trás,
O amor se distancia cada vez mais,
Pois o mesmo não pode existir no soberanismo.
A medida que a evolução mecanizada chega,
Chega também o desemprego,
Que traz a miséria, a fome,
E consequentemente a violência que nos tira a liberdade e nos faz escravos.

Nós que somos apenas crianças indefesas com medo do que ainda possa vim a acontecer, E além de tudo que faz o homem, ainda prega a mentira fazendo com que venhamos crer.