sexta-feira, 4 de outubro de 2013

ESPELHO DE PERDIÇÃO

Por Allan Moura
NÃO FALE ASSIM DESESPERADA
DE SOLIDÃO MEU CORAÇÃO NÃO SUPORTA
POR ARREPENDIMENTO NO MEU PEITO DOR NÃO CABE
PENSO EM VOCÊ QUE HÁ MUITO NÃO VEJO
ME VEJO OLHANDO DE LONGE SUA PORTA

NO MEU QUARTO MULHERES AO MEU LADO
NA MINHA CAMA, ESPELHO DE PERDIÇÃO
MINHA PERDIÇÃO, MEU PECADO
MINHA SOLIDÃO, SOMENTE MINHA

ESPERO DE RESPOSTAS DE PEGUNTAS QUE EU NÃO FIZ
MEU POBRE CORAÇÃO DE APRENDIZ
POR QUANTO TEMPO VOU TE ESPERAR?
MAS ESPERAR EU AINDA NÃO APRENDI
AGORA SÓ A MINHA DOR, SOMENTE MINHA

ESSAS COISAS SÓ OS INFELIZES COMPREENDEM
COISAS QUE EU COMPREENDO MUITO BEM

EU ESTOU SÓ NESSA LUTA
ESTOU SÓ E MAL ACOMPANHADO
ESTOU SÓ DESESPERADO
ESTOU SÓ E MUITO CANSADO
ESTOU SÓ E AO MEU LADO
PESSOAS SOLITÁRIAS COMO EU.


Altamira-PA, 10 de Fevereiro de 2006, às 22:20.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O Xingu Que Deságua em Nós!


João Victor
O Coletivo de Poetas Marginais do Xingu realizou nesta última sexta-feira (27/09), mais um sarau. Diferente dos anteriores- que ocorreram sempre num bairro da periferia de Altamira- este aconteceu na Praça do Mattias, às margens do Xingu.
Com o tema O XINGU QUE DESÁGUA EM NÓS! O objetivo foi proporcionar um espaço artístico-cultural a toda população, e a partir da arte debater as questões sociais recorrente em nossa região.
Lucivan Gonçalves e Pablo odrigues
Como sempre a mística tomou conta do ambiente, deixando as pessoas a vontade pra participar ativamente daquele momento. Adultos e crianças leram as poesias dos livros ou do varal de textos disponibilizados a todos. Foram lidas poesias dos Poetas Marginais Vitoriano Bill, Moisés Ribeiro, Flavio de Paula, Allan Moura, Antonio Claret (Padre, escritor e militante do MAB), Rosangela Emerique e de autores renomados como Fernando Pessoa, Oswald de Andrade, Walcyr Monteiro e tantos outros.
As canções ficaram cargo de  Jeferson Braga, que vem contribuindo sistematicamente com o coletivo. Ele tocou músicas como Belém, Pará, Brasil (Mosaico de Ravena), à clássicos da MPB. Tivemos ainda a participação de Bruna Teles, que também entoou canções à voz e violão. E João Victor, com seu rap de protesto sobre o Brasil.
Teve a uma performance de Lucivan Gonçalves e Pablo Rodrigues recitando o Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, que simplesmente deixou os espectadores em êxtase pelo ritmo dado ao texto.
A cada sarau, os Marginais conseguem apresentar um evento melhor a quem participa, sempre tendo como foco o cunho do protesto, de contribuir no debate das questões sociais.